Monday, October 30, 2006

Clonagem de mamutes: Uma realidade próxima da ficção?

A equipa de cientistas japoneses e russos não desiste de procurar novos esqueletos de mamute congelados cujos restos mortais podem vir a permitir recolher ADN suficiente para clonar um destes animais. À partida, o plano parece simples: retirar esperma congelado de um fóssil e tentar utilizá-lo num elefante, seu parente afastado. Posteriormente, se o plano resultar, os cientistas irão monitorizar o animal num parque natural, algures na Sibéria. Dentro de 50 anos, os cientistas envolvidos neste projecto garantem que, com as novas tecnologias existentes, será possível produzir uma criatura com 88 por cento de material genético original de um mamute.Em declarações à NG, Kazufumi Goto, um dos cérebros do Projecto de Criação de Mamutes (Mammoth Creation Project) justifica as razões para a clonagem do animal: «se conseguirmos criar um mamute, saberemos muito mais sobre estes animais, a sua história e porque se extinguiram» . A comunidade científica não acredita no sucesso desta experiência e considera ser um projecto «irresponsável» e «cientificamente impossível» , para além de levantar inúmeras questões morais. Adrian Lister, paleontólogo em Inglaterra, observou à NG que «o ADN preservado nos tecidos ancestrais do animal está fragmentado» . Na opinião de Adrian Lister, o ADN não estará suficientemente preservado para que se possa criar artificialmente um mamute bebé. Além do mais, justificou aquele investigador, mesmo que fosse possível criar um mamute, «o seu habitat natural não existiria. Estaríamos a criar um animal como atracção de um parque. Isto é ético?»

Monday, October 09, 2006

Grã-Bretanha utiliza técnica de ADN para desvendar crimes






Uma nova técnica forense desenvolvida na Grã-Bretanha poderá ajudar a desvendar dezenas de milhares de crimes através da análise de amostras de ADN impossíveis de interpretar anteriormente. Segundo os cientistas, o sistema de computador consegue identificar o material genético encontrado em superfícies tocadas por mais de uma pessoa, além de decifrar amostras de ADN de pouca qualidade ou encontradas em quantidades mínimas. De acordo com o Serviço de Ciência Forense, o método – que já está a ser testado pela polícia em diversas regiões da Grã-Bretanha – poderá aumentar as taxas de resolução de crimes em mais de 15 por cento. Os especialistas do Serviço de Ciência Forense acreditam que o software, chamado ADNBoost, pode ser a chave para vários casos antigos, esquecidos nos arquivos policiais. Ainda segundo os especialistas, o programa-piloto irá funcionar por três meses, devendo depois ser estendido às demais forças policiais da Grã-Bretanha.

Sunday, October 08, 2006

Mutações Humanas

Mutações Gênicas:

As mutações gênicas são responsáveis por alterações nos genes e nas proteínas, determinando, muitas vezes, a formação de novas proteínas ou alterando a acção de enzimas importantes no metabolismo. Alteram a sequência de nucleótidos de um gene (alteram uma ou mais bases do DNA), o que afectará a leitura durante a replicação ou durante a transcrição. Constitui-se assim um alelo, uma nova versão, do gene alterado.

Mutações cromossómicas:

Também chamadas de aberrações cromossómicas, são alterações na estrutura ou no número de cromossomas normal da espécie. Podem ocorrer nos autossomas ou em cromossomas sexuais. Podem provocar anomalias e mal formações no organismo ou até a inviabilidade dele.

→ Mutações cromossómicas Estruturais
Provocam alterações na estrutura dos cromossomas, podendo ocasionar a perda de genes, a leitura duplicada ou erros na leitura de um ou mais genes. Podem acontecer por delecção, duplicação, translocação ou inversão de partes de cromossomas.

→ Mutações cromossómicas Numéricas
Provocam alterações no número típico de cromossomos da espécie (cariótipo).
Aneuploidias - os erros envolvem apenas determinado par de cromossomos. Formam-se indivíduos cujas células possuem: um cromossoma a menos (monossomia); um cromossoma a mais (trissomia), dois ou mais cromossomas a mais (polissomia) ou sem os dois cromossomas de um determinado par (nulissomia).
Poliploidias – os erros multiplicam o conjunto de todos os cromossomas. Formam-se indivíduos cujas células possuem múltiplos de n cromossomas: 3n (triplóides), 4n (tetraplóides)…

→ Trissomia 21 (Síndrome de Down):
Esta síndrome engloba várias alterações genéticas das quais a trissomia do cromossoma 21 é a mais frequente (95% dos casos). A trissomia 21 é a presença duma terceira cópia do cromossoma 21 nas células dos indivíduos afectados. Outras desordens desta síndrome incluem a duplicação do mesmo conjunto de genes. Dependendo da efectiva etiologia, a dificuldade na aprendizagem pode variar de mediana para grave.
Os efeitos da cópia extra variam muito de indivíduo para indivíduo, dependendo da extensão da cópia extra, do background genético, de factores ambientais, e de probabilidades. A Síndrome de Down pode ocorrer em todas as populações humanas, e efeitos análogos foram encontrados em outras espécies como chimpazés e ratos. Muito raramente, uma região do Cromossoma 21 poderá sofrer uma fenómeno de duplicação. Isto levaria a uma quantidade extra de genes deste cromossoma, mas não de todos, podendo assim haver manifestações da doença.

→ Trissomia 18 (Síndrome de Edwards):
A Síndrome de Edwards ou trissomia do 18 consiste na presença de uma cópia extra do autossoma 18, trazendo como principais conseqüências atraso mental e crescimento reduzido.
As manifestações da trissomia do 18 sempre incluem retardamento mental e atraso do crescimento e, às vezes, más formações graves no coração. O crânio é excessivamente alongado na região occipital. O pavilhão das orelhas é dismórfico, com poucos sulcos. A boca é pequena; o pescoço é curto; há uma grande distância intermamilar; os genitais externos são anômalos; o dedo indicador é maior do que os outros e flexionado sobre o dedo médio; os pés têm as plantas arqueadas e as unhas costumam ser hipoplásticas. A incidência dessa trissomia, a segunda de maior ocorrência, corresponde à cerca de 1/8000 recém-nascidos. Durante a gravidez a incidência é muito mais elevada, mas cerca de 95% das gravidezes com trissomia 18 evoluem para abortos espontâneos. A taxa de sobrevivência durante vários meses é baixíssima (5 a 10% sobrevivem ao primeiro ano) apesar de já terem sido registrados casos de adolescentes com 15 ou mais anos. Na literatura observa-se discreta predominância nos indivíduos do sexo feminino.
Toda mulher, independente da idade, tem risco de ter um risco cromossômico em seu feto. Para avaliar o risco de cromossomopatia é necessário analisar uma série de fatores que dependem da idade materna, idade gestacional e histórico prévio de anomalias cromossômicas. Quanto maior a idade materna, maior o risco de defeitos cromossômicos; porém, quanto mais tardia a idade gestacional, menor o risco, devido a maior chance de fetos com anomalias cromossômicas morrerem intra-útero ao primeiro trimestre. O fenótipo dessa trissomia autossômica, tal como o da trissomia 21, pode resultar de uma variedade de cariótipos raros, em vez de uma trissomia completa. Cerca de 80% dos casos são devidos a uma translocação envolvendo quase todo o cromossoma 18, o qual pode ser herdado ou adquirido de novo a partir de um progenitor transportador. Estudos recentes demonstram que, na maior parte dos casos (85%), o erro ocorre na disjunção cromossômica da meiose materna, e somente 15% da meiose paterna. A trissomia também pode estar presente na forma de mosaico, apresentando uma expressão variável, mas geralmente de tipo médio. Apesar da região crítica do cromossomo 18 responsável por essa trissomia ainda não estar identificada, já se sabe que a trissomia de todo o braço longo produz um fenótipo característico da trissomia.

→ Trissomia 13 (Síndrome de Patau):
É um caso de malformações múltiplas num neonato, sendo trissômico para o cromossomo 13. Tem como causa a não disjunção dos cromossomas durante a anáfase 1 da mitose, gerando gametas com 24 cromátides. Cerca de 20% dos casos resultam de uma translocação não-balanceada.
A sua incidência foi estimada em cerca de 1 caso para 6000 nascimentos. Aproximadamente 45% dos afectados falecem após 1 mês de vida; 70%, aos 6 meses e somente menos de 5% dos casos sobrevivem mais de 3 anos. A maior sobrevida relatada na literatura foi a de 10 anos de idade.
Assim como a maioria das outras trissomias, associa-se à idade materna avançada, por estarem mais propícias a ocorrência da não disjunção dos cromossomas. A idade da mãe é superior a 35 anos em 40% dos casos.
A trissomia tem origem do óvulo feminino, pelo fato da fêmea maturar geralmente apenas um ovócito, em antagonismo com o macho, que matura milhões de espermatozóides. Gametas masculinos portadores de alterações numéricas cromossômicas tem menor viabilidade que gametas normais, sendo mínimas as possibilidades de um gameta masculino com 24 cromátides fecundar um ovócito.

Trissomia Heterossómica (Síndrome de Klinefelter):

A SK é causada por uma variação cromossômica envolvendo o cromossomo sexual. Este cromossomo sexual extra (X) causa uma mudança característica nos meninos. Todos os homens possuem um cromossomo X e um Y, mas ocasionalmente uma variação irá resultar num homem com um X a mais, esta síndrome é muitas vezes escrita como 47 XXY. Metade dos casos resulta de erros na meiose I paterna, um terço de erros na meiose I materna e os demais de erros na meiose II ou de um erro mitótico pós-zigótico levando a mosaico. A idade da mãe é elevada nos casos associados a erros na meiose I materna, mas não nos outros casos (JACOBS et al., 1988).
Até 1960 o diagnóstico era feito através de exame histológico dos testículos que, mesmo após a puberdade, revelava ausência de células germinativas nos canais seminíferos. Atualmente a identificação dos Klinefelter é assegurada pelo cariótipo e pela pesquisa da cromatina sexual, através de um exame feito com uma amostra de sangue.
As estatísticas mostram que a cada 500 nascimentos é encontrado um menino com a síndrome.



Síndrome de Turner – Aneuploidia (monossomia) heterossómica:
A Síndrome de Turner é uma anomalia sexual cromossômica, cujo cariótipo é 45, X, sendo portanto, encontrada em meninas.
A Síndrome de Turner, ao contrário de outras aneuploidias dos cromossomos sexuais, é identificada ao nascimento ou antes da puberdade por suas características fenotípicas distintivas.
A incidência do fenótipo da Síndrome é de cerca de 1 em 5000 meninas nativivas.
A constituição cromossômica mais constante é 45, X sem um segundo cromossomo sexual, X ou Y. Contudo, 50% dos casos possuem outros cariótipos. Um quarto dos casos envolve cariótipos em mosaico, nos quais apenas uma parte das células é 45, X.
Fenótipo:
-baixa estatura;
-disgenesia gonadal;
-fácies incomum típica;
-pescoço alado;
-linha posterior de implntação dos cabelos baixa;
-tórax largo com mamilos amplamente espaçados;
-frequencia elevada de anomalias renais e cardiovasculares.
Ao nascimento, os bebês têm, muitas vezes, edema do dorso do pé, um sinal diagnóstico útil. Muitas pacientes apresentam coarctação da aorta. Linfedema pode estar presente na vida final. A inteligência costuma ser média ou acima da média.
Essa anormalidade é responsável por 18% dos abortos espontâneos cromossomicamente anormais e está presente numa proporção estimada em 1,5% dos conceptos. O único X é de origem materna; noutras palavras, o erro meiótico costuma ser paterno.

Causas das Mutações:

As mutações podem ocorrer espontaneamente na Natureza ou serem induzidas por exposição a agentes físicos e químicos (agentes mutagénicos). Estes podem ser:
Físicos – raios X, radiação alfa, beta e gama e raios ultravioleta
Químicos – colquicina, gás mostarda, nitrosaminas, constituintes do fumo do tabaco…

As células possuem a capacidade de reparar muitos dos erros do DNA causados pelos agentes mutagénicos. Quando o equilíbrio entre a mutagénese e a reparação se rompe surge a mutação. As mutações espontâneas ocorrem com uma frequência muito reduzida A exposição a agentes mutagénicos é, em alguns casos, natural e inevitável, como a exposição a fontes naturais de radiação solar e à radioactividade de minerais, mas a intensidade com que atingem os organismos provoca um baixo número de mutações.
A exposição a estes agentes pode também ser deliberada:
- Para fins médicos (Ex: raios X);
- Por hábitos (alimentares ou outros);
- Com fins bélicos (Ex: gás mostarda, armas nucleares)

Friday, October 06, 2006

Cientistas descobrem novo método de clonagem






Pesquisadores dos Estados Unidos anunciaram neste domingo (02-10-2006) ter descoberto um método mais eficiente de clonar ratos de laboratório. Segundo o estudo o experimento resolve uma questão básica sobre clonagem: se realmente é possível clonar animais a partir de células maduras.
O pesquisador Tao Cheng, da Universidade de Pittsburgh, e Jerry Yang, da Universidade de Connecticut, clonaram ratos usando células brancas sangüíneas totalmente diferenciadas, ou maduras, chamadas granulócitos. Eles usaram a transferência nuclear de célula somática, na qual o núcleo de uma célula do animal a ser clonado é injetado num óvulo cujo núcleo foi retirado.
O estudo reacende as esperanças de pesquisadores que querem usar a tecnologia de clonagem na medicina. Os patrocinadores da assim chamada "clonagem terapêutica" querem um dia ser capazes de tomar uma célula única de um paciente, possivelmente uma célula da pele, e usá-la para gerar tecido feito sob medida ou transplantes de órgãos.
A equipe de Yang tentou a clonagem usando células do sangue em vários níveis de desenvolvimento, desde a etapa de células-tronco até a maturidade completa. Só os granulócitos completamente maduros foram capazes de produzir dois filhotes vivos, apesar de que ambos morreram poucas horas depois do nascimento, reportaram os pesquisadores.